GALANGA CHICO REI
Maurício Tizumba traz ao Palácio das Artes no dia 1 de fevereiro, sábado, às 20h, a história do rei negro que, escravizado no Brasil, fundou o Congado
Patrick Arley
Maurício Tizumba traz ao Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no dia 1 de fevereiro, dentro da 46º Campanha de Popularização do Teatro & Dança, o musical Galanga Chico Rei, que tem texto de Paulo Cesar Pinheiro. Como um griot, um narrador africano, Tizumba conta a história do lendário rei do Congo – Galanga - que, trazido como escravo para o Brasil, consegue comprar sua própria alforria e a de muitos dos seus súdidos trabalhando em uma mina de ouro de Ouro Preto (Mina Chico Rei).
Galanga, que no Brasil foi rebatizado Francisco, tornou-se devoto de Nossa Senhora do Rosário. Para homenageá-la, construiu uma igreja dedicada à ela e realizava festas com cantigas e músicas em devoção à santa. Nessas festas ele era reverenciado novamente como um Rei do Congo por seus súdidos, sendo chamado Chico Rei, dando origem, assim, à tradição do Congado em Minas Gerais.
Maurício Tizumba dirige e encena a peça em formato solo e tem a participação dos músicos Sergio Silva e Alysson Salvador.
Galanga Chico Rei*
Embora não exista comprovação histórica de sua existência, Chico Rei é um personagem lendário presente na tradição oral mineira desde o século 18. Galanga era rei do Congo, mas acabou capturado com a família por portugueses e enviado ao Brasil para ser vendido como escravo. Durante o trajeto, sua mulher, rainha Djalô, e a filha, princesa Itulo, foram lançadas ao mar.
Galanga chegou ao Rio de Janeiro em 1740 e foi rebatizado Francisco. Ele e o filho Muzinga foram levados por um Major para trabalhar na Mina da Encardideira, em Vila Rica (atual Ouro Preto). Durante muito tempo, Chico trabalhou duro e pôde comprar a própria liberdade e a de Muzinga. Há quem diga que ele escondia ouro em pó nos cabelos e ao fim da jornada de trabalho lavava os fios para recuperar o metal.
Na sequência, Chico comprou a alforria de outros escravos e, com o passar do tempo, de olho nas dívidas do patrão, foi capaz de adquirir a Mina da Encardideira, agora mina de Francisco, o rei. Com a prosperidade alcançada pelo garimpo, libertou mais escravos com quem teria chegado ao Brasil, muitos deles seus súditos no Congo. Os alforriados o chamavam “rei”.
A devoção à Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e à Santa Efigênia fez com que Chico construísse com outros negros, em Vila Rica, uma igreja dedicada às santas, o ano era 1785. A igreja possibilitou que eles realizassem suas festas com danças e cantos para louvar as protetoras.
Galanga morreu de hepatite aos 72 anos. O filho seguiu como Rei do Congado, assumindo a posição que pertencia ao pai. Chico Rei é celebrado até hoje em festas populares que tem canto, dança, procissão e até coroação dos reis do Congo. Vem daí o nome dessa festividade: Congada, Congado ou simplesmente Congo. A comemoração é feita em meses distintos ao longo do ano, por homenagear santos negros na data de aniversário de cada um. Por ser uma figura tão importante no folclore de Ouro Preto, Chico Rei é celebrado na cidade no mês de janeiro, já que ele costumava organizar solenidades no Dia de Reis.
*(Texto de Nara Chaves Mourão)
Maurício Tizumba
Um artista nato, com uma carreira que tem a cultura negra como marca registrada nas diferentes formas de expressão em que atua, seja na música, teatro ou cinema. Maurício Tizumba foi capaz de estabelecer - em sua trajetória no mundo das artes, que começou quando ele ainda era criança, na extinta TV Itacolomi – um forte diálogo entre diversas linguagens e entre a arte e as manifestações populares tradicionais da cultura afro. Nascido e criado em Belo Horizonte, Tizumba contribuiu para a conquista de espaço da arte negra na cena cultural da cidade. Nos seus 46 anos de atuação artística, foram dezenas de espetáculos, várias premiações e trabalhos que levaram sua arte e sua crença para várias cidades brasileiras e diversos países.
SERVIÇO
Galanga Chico Rei
Data: 01/02, Sábado
Horário: 20h
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes: Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro, BH
Ingressos: R$15,00
Classificação Livre
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