“Pá de Cal (Ray-lux)”
Paula Kossatz
Produção da Cia Teatro Independente, com dramaturgia inédita de Jô Bilac e direção de Paulo Verlings, discute o quanto terceirizamos nossas relações, utilizando a temática representatividades. Montagem fará temporada de 22 de outubro a 15 de novembro de 2021, no CCBB BH, sempre de sexta a segunda às 20h
O espetáculo “Pá de Cal (Ray-lux)”, com dramaturgia inédita do premiado autor Jô Bilac, direção de Paulo Verlings e os atores Carolina Pismel, Isaac Bernat, Orlando Caldeira, Pedro Henrique França e Kênia Bárbara no elenco, faz temporada no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte - CCBBBH - de 22 de outubro a 15 de novembro de 2021, sempre de sexta a segunda, às 20h. A trama gira em torno da morte do membro mais jovem de uma família e de como serão terceirizadas as responsabilidades nas decisões seguintes ao trágico acontecimento. O projeto tem patrocínio do Banco do Brasil através da Lei de Incentivo Federal.
“Pá de Cal (Ray-lux)” é o novo espetáculo da Cia Teatro Independente, que em 2021 completa 15 anos de existência. A montagem faria temporada no CCBB BH em fevereiro e março de 2021 e foi adiada devido a pandemia. O espetáculo narra uma relação “familiar” por uma perspectiva diferente. “Através das representatividades discutimos o quanto nós hoje, na contemporaneidade, terceirizamos nossas relações –, comenta o diretor Paulo Verlings, também responsável pelo argumento e idealização da peça. “Atravessamos questões como culpa, ausência de diálogo e afeto, a partir de um acontecimento trágico”, completa.
A expressão “Pá de Cal” quer dizer que fará uma última referência a um assunto não prazeroso. Já “Ray-lux” se refere ao nome de uma urna funerária tão cara, que custa o preço de um automóvel.
A trama de “Pá de Cal (Ray-lux)” parte do suicídio de um personagem central, ou seja, ele está ausente. O mesmo acontece com suas irmãs que mandam representantes para a reunião “familiar” na qual irá se definir o destino do pai dessa família e também o destino da mãe do morto
(uma antiga empregada), que também manda seu representante. O morto também é representado por uma pessoa com quem conviveu em terras estrangeiras. Além de uma morte traumática, a peça lida com a terceirização de responsabilidades e de como essas representatividades interferem na boa condução das questões. Toda a ação se desenrola na casa onde mora o patriarca, local que é foco de uma disputa pela posse, revelando interesses divergentes entre as partes. Conflitos inesperados emergem a partir desse encontro. Com o passar do tempo, as relações entre pai e seus filhos – representados – se revelam aos espectadores cada vez mais límpidas e latentes.
Por conta da temática representatividades, Jô Bilac desenvolveu uma cena na qual os personagens realizam uma Constelação Familiar. “A ideia surgiu intuitivamente, ouvia falar, minha mãe havia feito “Constelação familiar” e a forma que descrevia a situação se co-relacionava diretamente com o que eu estava pesquisando dentro do espetáculo: o desdobramento da ideia/palavra/sentido da “representatividade”. Ali, na Constelação familiar, é uma experiência singular, não é teatro, mas existe lugares de representação, contracenação, atmosfera, tem um “gira” que acontece ali que é muito próxima da “gira” que o teatro evoca”, comenta Jô Bilac.
Com “Pá de Cal (Ray-lux)” o Teatro Independente se debruça sobre um tema delicado, mas emergencial e a favor da vida. O Brasil está na contra mão da tendência mundial em relação aos índices de suicídios. Dados da OMS mostram que, por aqui, as taxas de suicídio foram 7% maiores em 2016, último ano da pesquisa, do que em 2010. Já o índice global teve queda de 9,8%.
Quanto à linguagem interpretativa, o encenador Paulo Verlings, juntamente com seus atores, se concentram em explorar performances naturalistas, porém não realistas, com fisicalidade intensa, para que desloquem o espectador, através de uma relação estética cotidiana de ação, para o universo dos vínculos catárticos em que se baseiam as relações familiares ali abordadas.
Para a escalação do elenco a Cia pensou em arquétipos bem distintos para formar um elenco brasileiro, com muitas diversidades, personagens reais, pessoas críveis. “Colocamos em cena o retrato real da miscigenação do Brasil”, comenta Verlings.
Ao comentar a direção, Verlings diz que “cada processo é único. Os espetáculos tomam seus espaços naturalmente na minha mente e o processo criativo se dá de forma muito natural e intensa. Em “Alguém acaba de morrer lá fora”, também do Jô Bilac, minha primeira direção, já era uma dramaturgia que me interessava explorar esteticamente. Já “ELA”, com dramaturgia de Marcia Zanelatto, é um argumento idealizado por mim, por conta do meu interesse sobre a síndrome de mesmo nome. Em “Pá de Cal”, eu também idealizei o argumento e o Jô Bilac comprou a ideia, transcendeu e construiu uma dramaturgia potente, ágil e intrigante.”
Jô Bilac conta que logo após a experiência de viver/criar com a Cia Marginal “Hoje não saio daqui”, dentro da Maré, peça itinerante, céu aberto… aconteceu um atravessamento sem volta. “A Cia Teatro Independente tem isso de DNA. Cada um trabalha em seus rolês à parte e depois de anos a gente volta para a sala de criação com as vivências que tivemos nesse hiato. Seja na televisão, cinema, teatro, o sentido de estarmos juntos é a simbiose dessas vivências, independente e coletiva. Voltar hoje para um teatro com palco italiano, com a minha Cia e com a ideia de trazer convidados, nasce justamente da necessidade de diálogo com diferentes encontros. E “Pá de Cal” fala essencialmente disso: a natureza do diálogo dos encontros. As tramas são como um fio de um painel, esse painel é o espetáculo, com áspero/ sensível/vivo, esse painel não é o espelho da sociedade, ele quebra justamente esse espelho, o que nos permite permear caminhos poéticos e carnais. O humor e a tragédia são traços que identificam a gente não só como grupo, revela uma identidade que reflete os paradoxos do nosso país, da nossa sociedade, da vida – conclui Jô Bilac.
Sinopse
Através das representatividades, a Cia Teatro Independente discute o quanto nós, hoje, na contemporaneidade, terceirizamos nossas relações.
Ficha técnica
Dramaturgia: Jô Bilac / Direção: Paulo Verlings / Diretora Assistente: Mariah Valeiras / Elenco: Carolina Pismel, Isaac Bernat, Orlando Caldeira, Pedro Henrique França e Kênia Bárbara/ Cenário: Mina Quental / Figurinos: Karen Brusttolin / Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni / Trilha Sonora: Rodrigo Marçal / Direção de Movimento: Toni Rodrigues/ Assessoria de Imprensa: Luz Comunicação - Jozane Faleiro / Programação Visual: André Senna / Fotos de Divulgação: Paula Kossatz / Direção de Produção: Jéssica Santiago / Argumento e Idealização: Paulo Verlings / Realização: Teatro Independente e 9 Meses Produções
Serviço
“Pá de Cal (Ray-lux)”
Não recomendado para menores de 14 anos. Duração: 70 minutos
Datas e horários: 22 de outubro a 15 de novembro de 2021, sexta a segunda, às 20h
Local: Presencial - Teatro I – CCBB BH - Praça da Liberdade, 450 - Funcionários – Belo Horizonte (MG)
Ingressos: À venda no site do CCBB: bb.com.br/cultura
R$ 30,00 (inteira) - R$ 15,00 (clientes Banco do Brasil que pagarem com Ourocard e meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e suas acompanhantes e casos previstos em Lei).
Mais informações: (31) 3431-9400 I (31) 3431-9503
Ouvidoria BB 0800 729 5678
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Circuito Liberdade
O Centro Cultural Banco do Brasil é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
BIOGRAFIAS
JÔ BILAC
Dramaturgo e roteirista, Jô Bilac é autor dos textos: “O Matador de Santas” (Prêmio Contigo 2010 Melhor Autor); “Savana Glacial” (Prêmio Shell 2011 Melhor Autor, eleito um dos dez melhores espetáculos do ano pelo Jornal O Globo); “REBÚ” (indicação ao Prêmio APCA 2011 Melhor Autor); “Os Mamutes” (FITA 2012 Melhor Autor); “Limpe todo sangue antes que manche o carpete” (Prêmio de Teatro SP/Cubatão 2012); “Fluxorama” (indicação ao Prêmio APTR 2013 Melhor Autor, eleito um do dez melhores espetáculos no ano pelo Jornal o Globo); “Conselho de Classe” (Prêmios Cesgranrio, APTR, FITA e Prêmio Botequim Cultural 2014, indicação aos Prêmios Shell e APCA); “Beije Minha Lápide” (indicação ao Prêmio APTR, Shell e Aplauso Brasil 2015); “Fatal” (indicação ao Prêmio Shell 2016 Melhor Texto). No Cinema, é roteirista de “Coração na Boca” (Prêmio do Júri Popular no Festival de Cinema do Rio 2013). Na TV, escreveu “Vizinhos”, direção de Luiz Vilaça, na GNT. Indicado duas vezes como personalidade do teatro no Prêmio “Faz Diferença” do Jornal O Globo. Palestrante convidado, representando o Brasil nos eventos literários: Salão do Livro de Paris; Feira do Livro de Frankfurt; Feira do Livro de Gotemburgo; Festival Ibero Americano de Bogota; Literatura e Arte de Bolonha; Dramaturgia Mundial Universidade de Nova York; Publicação Internacional em Yale. Montagens internacionais: “Fluxorama” em Londres; “REBÚ” em Londres, Estocolmo e Bogota; “Bliss Neon” em Nova York. Pela Editora Cobogó publicou “Os Mamutes”, “Infância, tiros e plumas” e “Conselho de Classe”.
PAULO VERLINGS
Capacitou-se como ator na Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna. Na TV Globo atuou nas novelas “Rock Story”, “Segundo Sol”, “Malhação: Vidas Brasileiras”, “Jóia Rara”, “Em Família”, “Babilônia” e nas séries “Suburbia” de Luiz Fernando Carvalho e “Força Tarefa” de José Alvarenga. No Cinema, atuou nos longas “Rio, Eu Te Amo” de Fernando Meireles e Vicente Amorim; “Capitão Astúcia” de Filipe Gontijo, “Operações Especiais” de Tomaz Portela; “Tudo
Acaba em Festa” de André Pellenz, “Bate Coração” de Glauber Filho e “Três Verões” de Sandra Kogut. No Teatro, desde 2006 desenvolve seu trabalho como ator, produtor e diretor com a Cia Teatro Independente. Em 2014, idealizou e atuou no espetáculo “Maravilhoso” com direção de Inez Viana. Em 2015, integrou o elenco de “Beije Minha Lápide”, com Marco Nanini. Também atuou em “Conselho de Classe”, “Dorotéia”, “O Menino que Vendia Palavras”, entre outros. Em 2018, idealizou e atuou na ópera rock “A Peça Escocesa”, na Caixa Cultural Rio. Em 2019, idealizou e atuou no infantil “Piquenique”, no CCBB Rio. Como diretor encenou “Alguém Acaba de Morrer lá Fora” de Jô Bilac e “ELA” de Marcia Zanelatto, pelo qual foi indicado ao Prêmio Botequim Cultural 2017 de Melhor Direção.
CAROLINA PISMEL
Indicada ao Prêmio Botequim Cultural de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuacão no espetáculo “Os Impostores”, texto de Guilherme Pinheiro e Rodrigo Portella, com direção de Rodrigo Portella, e também indicada indicada nos prêmios Botequim Cultural e CBTIJ como Melhor Atriz pelo espetáculo infantil “Piquenique”, de Marcéli Torquato e Flavio Souza. No Teatro, desde 2006 desenvolve seu trabalho como ator, produtor e diretor com a Cia Teatro Independente. Com a Cia OmondÉ atuou em “Os Mamutes” e “Infância, tiros e plumas”, ambos com direção de Inez Viana e texto de Jô Bilac. Também atuou nos espetáculos: “Maravilhoso” de Diogo Liberano e direção de Inez Viana; no infantil “Nós de Borboletas” com direção de Emilio de Mello e Cristina Moura; “Dançando no Escuro” de Lars Von Trier, com direção de Dani Barros; “ELA” de Marcia Zanelatto e direção de Paulo Verlings; “O Livro dos monstros guardados” de Rafael Primot e direção de João Fonseca; “Beije Minha Lápide” com Marco Nanini, texto de Jô Bilac e direção de Bel Garcia.
ISAAC BERNAT
Ator, diretor e professor de interpretação da Faculdade Cal de Artes Cênicas. Doutor em Teatro pela UNIRIO. Autor do livro “Encontros com o griot Sotigui Kouyaté" (Pallas). Como diretor destaques para: “O Encontro entre Malcolm X & Martin Luter King Jr”, de Jeff Stetson; “Carolina Maria de Jesus - EU AMARELO”, de Elissandro de Aquino; “Rosa e a Semente” com o grupo Pedras “Deixa Clarear” e “Por Amor ao Mundo - Um Encontro com Hanna Arendt”, ambas de Marcia Zanelatto; “Calango Deu” de Suzana Nascimento. Como Ator, destaques para: “Agosto”, de Tracy Letts, “Incêndios” e “Céus”, de Wajdi Mouawad, “Cara de Fogo”, de Marius Von Mayenburg; “Mulheres sonharam cavalos”, de Daniel Veronesi; “Mão na Luva”, de Oduvaldo Vianna Filho. Vencedor dos prêmios: BOTEQUIM CULTURAL de Melhor Ator por “Incêndios” de Wajdi Mouawad e direção de Aderbal Freire Filho; PRÊMIO ZILKA SALABERRY de Melhor Direção por “Lili, uma história de circo”, de Lícia Manzo; PRÊMIO COCA-COLA de Melhor Ator por “As Aventuras de Pedro Malazartes; PRÊMIO APLAUSO de Melhor Elenco com “Incêndios”; o PRÊMIO ZILKA SALABERRY de Melhor Texto com “Rosa e a Semente”. Em Cinema, atuou em “Romance de Geração”, direção de David França Mendes (2008); “Achados e Perdidos”, direção de José Joffily (2005); “Lost Zweig”, direção de Silvio Back (2002); “Forall” de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz (1996), entre outros. Na TV Globo fez inúmeros trabalhos entre os quais: “Éramos seis”. “Malhação”, “Filhos da Pátria”, “A Grande Família”, “Força Tarefa”, “Carga Pesada e “A Diarista” entre outros.
ORLANDO CALDEIRA
Formado pela Escola Técnica de Teatro Martins Pena e pela Escola Nacional de Circo. Na Televisão, atuou nas novelas “Verão 90”, “Boogie Oogie” e “I Love Paraisópolis”, ambas da Rede Globo. No Teatro, é integrante do Coletivo Preto e da Troupp Pas D’argent atuou, nos espetáculos “Cidade das Donzelas”, “Holoclownsto”, “Morro da Ópera”, “Lavagem” e “Kondima” com apresentações no Brasil, Londres, Itália e Chile; ator do monólogo infantil “Boquinha e Assim Surgiu o Mundo”, com texto de Lázaro Ramos e direção de Lázaro Ramos e Susana Nascimento; ator do musical “A Menina Edith e a Velha Sentada”, com texto e direção de Lázaro Ramos; “As Aventuras do Menino Iogue”, com direção de Juliana Terra e Arlindo Lopes; “Maravilhoso”, de Diogo Liberano e direção de Inez Viana. Assina a direção dos espetáculos “Livia” e “Será que vai Chover”, ambos do Coletivo Preto.
PEDRO HENRIQUE FRANÇA
Jornalista, roteirista e diretor, trabalhou nas redações do Estadão e Joyce Pascowitch. Como roteirista, atuou nos programas “Esquenta!” de Regina Casé e “Estrelas” da Angélica. Como diretor e roteirista, assinou os videoclipes de Tulipa Ruiz (“Pedrinho”), Letrux (“Ninguém Perguntou por Você”), Liniker e Os Caramelows (“De Ontem”), Majur (“Náufrago”), Illy (“Djanira” e “Alô, alô marciano”). Atuou como protagonista do espetáculo infantil “Tistu, o menino do polegar verde” e participou dos clipes “Beija Eu” (Silva) e “Pedrinho” (Tulipa Ruiz).
KÊNIA BÁBARA
Nascida em Juiz de Fora, MG, atuou na cidade em espetáculos do Centro de Estudos Teatrais (CET) - Grupo Divulgação, criado em 1966 como um grupo de teatro universitário junto à UFJF, dirigido por José Luiz Ribeiro. Sua estreia profissional nos palcos cariocas foi com o premiado espetáculo “Meninos e Meninas”, escrito e dirigido por Afra Gomes e Leandro Goulart. Dentre seus trabalhos estão o espetáculo “Yabá, Mulheres Negras”, dirigido por Luiza Loroza, estreado em março de 2020. Em 2019 encenou “Anima”, com direção de Gunnar Borges e protagonizou o musical infantil “A Princesa e o Sapo”, dirigido por Anderson Oliveira. No mesmo ano estrelou a série “Stella Models”, no Canal Brasil, escrita e dirigida por Samir Abujamra e esteve em cartaz nos cinemas com o longa “O Juízo”, escrito por Fernanda Torres e dirigido por Andrucha Waddington.
Em 2018 apresentou “O Show do mickey Mouse”, realizado pela The Walt Disney Company Brasil, com direção de Roberta Cid. Fez parte do elenco da primeira temporada de “3%”, da Netflix. É cantora, poeta, compositora e filha da Martins (Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna). Além da atuação e da música, é formada em Psicologia pela UFJF.
Cia TEATRO INDEPENDENTE
Fundado em 2006, a Teatro Independente vem mantendo seu compromisso de permanecer em movimento constante. Com o interesse voltado para a pesquisa continuada e a crença de que o processo colaborativo é capaz de democratizar e enriquecer as possibilidades de criação cênica. A formação do Teatro Independente se configure com o dramaturgo Jô Bilac, autor de todos os espetáculos da Cia, as atrizes Carolina Pismel, Júlia Marini e o ator, diretor e produtor Paulo Verlings.
O repertório do Teatro Independente conta com os espetáculos: “Cachorro!” (2007), indicado ao Prêmio Shell RJ de Melhor Direção (Viniciús Arneiro), a peça narra a trajetória de uma mulher casada que tem como amante o melhor amigo do marido. A sensação de perigo constante e o desejo pelo proibido fazem com que os amantes se arrisquem mais do que deveriam;
“REBÚ” (2009), indicado ao Prêmio APCA de Melhor Autor (Jô Bilac), a história se passa no século XIX, quando o jovem casal Matias e Bianca se preparam para receber a visita de Vladini, irmã adoentada do chefe da casa, ela traz consigo uma espécie de filho. A presença dos visitantes traz à tona embates e revelações; “Cucaracha” (2012), a peça aborda a delicada relação de afeto e dependência entre Vilma e Mirrage, respectivamente uma paciente em coma e uma enfermeira. A peça investiga temas como amizade e futuro, em duas frágeis perspectivas de liberdade. Em 2014, o Teatro Independente foi convidado a integrar a equipe de “Beije Minha Lápide”, espetáculo inspirado na vida de Oscar Wilde, produzido pela Pequena Central, estrelado por Marco Nanini e dirigido por Bel Garcia, onde Jô Bilac assinou a dramaturgia original e os atores Carolina Pismel, Julia Mairini e Paulo Verlings dividiram a cena com Marco Nanini.