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Teatro em Movimento, por meio do patrocínio do Itaú e do Instituto Unimed-BH, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, apresenta “Nômades”. Tragi-comédia ‘que fala sobre o que se faz com o tempo que nos resta’ tem Andréa Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima no elenco

 

 

A morte inesperada de uma amiga e as reações de cada uma diante dessa perda é o fio condutor do espetáculo, dirigido por Marcio Abreu, que divide a dramaturgia com Patrick Pessoa, com a colaboração das três atrizes e do autor Newton Moreno. Dias 08 e 09 de maio, no Cine Theatro Brasil Vallourec

 

O Teatro em Movimento recebe, em Belo Horizonte, Andréa Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima com “Nômades”. No espetáculo, as três atrizes vivem o luto pela perda de uma amiga, também atriz. Em um único dia, entre a notícia da morte inesperada e as homenagens feitas no enterro, a peça mostra as diferentes reações de cada uma delas. A indignação, a tristeza, a saudade e as autoacusações se misturam a uma vontade selvagem de encenar um inconformismo com a morte e as revelações que ela traz. A montagem fica em cartaz, no Cine Theatro Brasil Vallourec, dias 8 e 9 de maio, sexta-feira, às 21h e sábado, às 20h. 

 

Para Tatyana Rubim, idealizadora do Teatro em Movimento, trata-se de um espetáculo com humor crítico e sem formalidades. “É incrível ver o timming de três atrizes com características tão marcantes em cena. Além disso, é um passeio pela liberdade, pelo sensível, pelo ridículo e por dentro de nós mesmos”. 

 

Com direção de Marcio Abreu, que dirigiu o Gruo Galpão em “Pequenos Milagres” , e conhecido por seu trabalho à frente da Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba, e dramaturgia do próprio diretor e de Patrick Pessoa, em colaboração com as três atrizes e Newton Moreno, “a peça é sobre o que a gente faz da nossa vida com o tempo que nos resta”. Sobre dirigir uma trinca de atrizes como Andréa Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima, o diretor é enfático: "As três, Andréa, Mariana e Malu, são artistas do teatro. Têm, cada uma a sua maneira, uma história de pensamento, criação e resistência. São atrizes entregues ao trabalho. Disponíveis. Sabem vivenciar um processo criativo e têm a consciência de que criar algo que antes não existia implica em risco, um dos belos e indesviáveis aspectos dessa arte.”

 

Para a realização de suas atividades, em 2015, o projeto mantém a parceria de patrocínio com o Itaú e com o Instituto Unimed-BH, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. 

“Nômades”

Em cena, as três atrizes vivem de forma condensada todas as fases do luto: a indignação com a finitude da vida – por quê?, por que logo ela? –, as autoacusações – não poderíamos ter feito mais do que fizemos? –, a tristeza, a saudade, todas as lembranças compartilhadas e, finalmente, a simples consciência de que somos mortais. A partir dessa consciência, normalmente encoberta pelos múltiplos afazeres cotidianos, brota o sentimento de urgência que perpassa todos os acontecimentos da peça. “Como é que a gente faz para viver de verdade, para tornar intenso o espaço que fica entre o momento em que a gente começa e o momento em que a gente termina?”, pergunta-se a certa altura uma personagem.

 

Diferentes possíveis respostas a essa pergunta estruturam as trajetórias das três personagens ao longo da peça. Em certo sentido, a descoberta da própria finitude é a descoberta da própria liberdade, de que sempre ainda é possível fazer o que se quer, mesmo que os desejos que nos movem pareçam absurdos, inadequados, contraditórios entre si. Cenicamente, isso se anuncia menos no plano dos diálogos do que no plano musical, em que as atrizes, nômades por natureza, se deslocam até o universo dos artistas mais heterogêneos: Donna Summer, Robert Smith, Maria Bethânia, Amy Winehouse, Tom Jobim, Kurt Kobain, Jennifer Beals, Michael Jackson. Sob esta ótica, o espetáculo é como uma ópera que inclui as mais diversas linguagens.

 

A questão da imagem pública de cada uma das três atrizes, tanto no mundo da peça quanto fora dela, é outro dos pilares do espetáculo. O encontro que está na origem deste espetáculo nasceu de um desejo compartilhado por Andréa Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima: o desejo de serem outras. Este desejo levou a uma mudança na compreensão do tema original da peça. Se, a princípio, o nomadismo era pensado com base em uma visão mais histórica, inspirada pelos nômades do deserto, com o decorrer dos ensaios a ênfase passou a estar em uma compreensão do trabalho do ator como nômade, que precisa constantemente deslocar-se até outros tempos e lugares, até outros personagens e estados afetivos, justamente para permanecer próximo à sua vocação original: a de ser um artista que só encontra a si mesmo sendo outro, só constrói a sua própria casa através de constantes deslocamentos. “Nada se move menos do que um nômade”, escreveu Deleuze em seu Tratado de nomadologia, lido pela equipe no começo do processo.

 

Dada essa nova compreensão da pulsão nômade característica das vidas dos atores, e da consciência da dificuldade que é preservar o espaço para ser outro quando a opinião pública tende a encarcerar os atores, sobretudo os mais célebres, em uma imagem estática, facilmente reconhecível, o trabalho da dramaturgia buscou inspiração em artistas que passaram por um dilema semelhante. Como artista que viveu questões análogas às das atrizes da peça, despontou a figura do cineasta John Cassavetes (que sempre afirmou a sua liberdade criativa e a sua força singular de expressão mesmo tendo surgido como um promissor galã da indústria cinematográfica norte-americana). Assim, além de algumas de suas entrevistas mais transgressoras, foi fundamental para a construção do espetáculo o filme “Husbands" (1970), cuja estrutura – três amigos tendo de lidar com a morte de um quarto amigo – é uma das principais inspirações do trabalho.  

 

Ensaios

Os ensaios de "Nômades" ocorreram desde o começo de agosto de 2014 e, a partir do começo de setembro, ocupou a sala principal do Teatro Poeira, uma oportunidade única de imersão no local onde estreou, no dia 17 de outubro de 2014, no Rio de Janeiro. Concebido por duas atrizes, Andréa Beltrão e Marieta Severo, e pelo diretor teatral Aderbal Freire-Filho, o Poeira, criado em 2005, se destaca no cenário carioca por abrigar produções fundamentadas em forte pesquisa, além de ser um ponto de encontro de pensadores de dramaturgia e interpretação. Encontro, aliás, é uma palavra-chave deste espetáculo. Se ele promove pela primeira vez a reunião de Andréa Beltrão, Mariana Lima e Malu Galli no palco, quase todos ali já tiveram algum tipo de parceria. Mariana e Malu trabalharam como atrizes em "Gaivota - Tema para um conto curto" (2006), dirigida por Enrique Diaz; Malu dirigiu Mariana em "A máquina de abraçar" (2010); Andréa dirigiu Malu em "Diálogos com Molly Bloom" (2007); Patrick fez a dramaturgia da "Oréstia" (2012) dirigida por Malu e Bel Garcia; e Marcio dirigiu Marcia Rubin, diretora de movimento de "Nômades", em "Enquanto estamos aqui" (2012).

        

Da mesma forma, o processo colaborativo que deu origem a "Nômades" não é novidade para nenhum dos integrantes desta montagem. O diretor Marcio Abreu faz a dramaturgia da maior parte de suas peças junto com outros integrantes da Companhia Brasileira de Teatro. Vêm dela os profissionais que assinam a cenografia (Fernando Marés) e a iluminação (Nadja Naira) de "Nômades". Malu trabalhou durante anos em processos colaborativos na Companhia Teatro Autônomo, de Jefferson Miranda, e experimentou o mesmo processo na construção do monólogo "Conjugado" (2004), com direção de Christiane Jatahy. Mariana trabalhou também muitos anos em processos colaborativos no Teatro da Vertigem, de São Paulo, e no Coletivo Improviso. Malu e Mariana trabalharam em processos colaborativos na Companhia dos Atores; e Andréa Beltrão, no grupo Manhas e Manias. 

 

O cenário é de Fernando Marés e Marcio Abreu, o figurino de Cao Albuquerque e Natália Durán, e a luz de Nadja Naira. Marcia Rubin assina a direção de movimento e Felipe Storino, a música. Todo o processo de criação foi registrado num ensaio fotográfico de Nana Moraes, e num making off dirigido pela atriz Maria Flor.


Sobre Marcio Abreu

É diretor da Companhia Brasileira de Teatro (www.companhiabrasileira.art.br), com sede em Curitiba. Entre seus últimos trabalhos estão "Isso te interessa?", prêmios APCA e Bravo!, em 2012, de melhor espetáculo do ano, e prêmio Questão de Crítica de melhor direção. Com "Esta criança" (2012), coprodução com a atriz Renata Sorrah, ganhou o prêmio Shell de melhor direção. Tem trabalhos na França como diretor ("Nus, ferozes e antropófagos") e dramaturgo ("Os três porquinhos", "A história do rock por Raphaelle Bouchard" e "Somos cavaleiros Jedis").

 

Sobre Patrick Pessoa

É professor de Filosofia na UFF (Doutor em Filosofia UFRJ/Universität Potsdam). Assinou  a dramaturgia das peças "Na selva das cidades" (2011), dirigida por Aderbal Freire Filho, e "Oréstia" (2012), dirigida por Malu Galli. É ainda crítico da revista digital  "Questão de Crítica" (www.questaodecritica.com.br) e autor dos livros "A segunda via de Brás Cubas: A filosofia da arte de Machado de Assis" (Ed. Rocco); "A história da filosofia em 40 filmes" (Ed. Nau); e "Oréstia: adaptação dramática" (Giostri), os dois últimos em parceria com Alexandre Costa.

 

Sobre Newton Moreno

Pernambucano radicado desde 1990 em São Paulo, é autor e diretor de teatro. Em 1990 participou da criação do grupo Os Fofos Encenam, da Cooperativa Paulista de Teatro, que integra até hoje. Nos últimos anos, assinou a dramaturgia de espetáculos como "As centenárias" (2007), com direção de Aderbal Freire Filho, pela qual ganhou o Prêmio Shell de melhor autor; "Maria do Caritó" (2010), direção de João Fonseca, "Jacinta" (2012), direção de Aderbal Freire Filho, e "Terra de santo (2012), com Os Fofos Encenam, prêmio APCA de melhor texto.

 

Sobre Andréa Beltrão

Formada no Tablado, tem uma longa carreira nos palcos, tendo integrado grupos como Arco da Velha, Manhas & Manias e Manhas de Cabaré. Entre seus trabalhos mais recentes no teatro estão “As centenárias” (2007), com direção de Aderbal Freire Filho, pelo qual ganhou os prêmios Shell e Contigo de de melhor atriz, e “Jacinta” (2012), do mesmo diretor.  Em 2005, abriu, com Marieta Severo, o Teatro Poeira, ganhando o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo. Desde 2011, protagoniza com Fernanda Torres a série de TV “Tapas e beijos”, trabalho que lhe rendeu os prêmios Extra e Contigo de melhor atriz.

 

Sobre Malu Galli

Malu Galli começou seus estudos de teatro no Tablado, e se formou em 1990 no curso da Faculdade da Cidade, ministrado pela diretora Bia Lessa. Sua carreira é marcada pelo trabalho em companhias de pesquisa, como a Cia. Teatro Autônomo, dirigida por Jefferson Miranda (“Mann na praia”, em 1991, e “A noite de todas as ceias”, em 1997, entre outros), e a Cia dos Atores (“O Rei da Vela”, em 2000, direção de Enrique Diaz, e “Meu destino é pecar”, de 2001, direção de Gilberto Gawronski). Como diretora, fez “A máquina de abraçar” (2009), e, em parceria com Bel Garcia, “Oréstia” (2012).

 

Sobre Mariana Lima

Sua formação se deu em cursos livres, no exterior e no Brasil (com diretores como Gerald Thomas, Antunes Filho e Bia Lessa). Integrou por dez anos o Teatro da Vertigem, em São Paulo, com a qual fez espetáculos como “O Livro de Jó” (1995) e  “Apocalipse 1,11” (2000), que lhe rendeu uma indicação ao prêmio Shell de melhor atriz). Produziu espetáculos como “A Paixão segundo GH” (2002), com direção de Enrique Diaz (Prêmio APCA de melhor espetáculo) e “Gaivota - Tema para um conto curto” (2006), do mesmo diretor. Ganhou o Shell de melhor atriz em 2011 por “Pterodátilos”, com direção de Felipe Hirsch.

 

Ficha técnica

Autores: Marcio Abreu e Patrick Pessoa com colaboração de Andréa Beltrão, Malu Galli, Mariana Lima e Newton Moreno / Atrizes: Andréa Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima / Direção: Marcio Abreu / Direção de movimento: Marcia Rubin / Direção de Produção: José Luiz Coutinho e Wagner Pacheco / Cenário: Fernando Marés e Marcio Abreu / Iluminação: Nadja Naira /  Figurinos: Cao Albuquerque e Natália Durán

Música: Felipe Storino / Produção local em BH: Rubim Produções / Realização: Teatro em Movimento, com o patrocínio do Itaú e do Instituto Unimed-BH, via lei Federal de Incentivo à Cultura

 

SERVIÇO: 

“Nômades”, com Andrea Beltrao, Malu Galli e Mariana Lima

Classificação: 14 anos - Duração: 80 minutos

Dias/Horários: dias 8 e 9 de maio - sexta, às 21h e sábado, às 20h

Local: Cine Theatro Brasil Valourec – Praça 7, S/N, Centro

Ingressos: Plateia I: R$ 70,00 / Plateia II (mezanino): R$ 60,00 / Balcão: R$ 50,00 - Valor promocional limitado a 20% da capacidade da casa. Meia entrada válida para maiores de 60 anos e para estudantes devidamente identificados (conforme MP 2208/2001)

Meia entrada válida para maiores de 60 anos e para estudantes devidamente identificados (conforme MP 2208/2001)

10% da capacidade vendável do teatro é destinada gratuitamente para entidades de baixa renda devidamente comprovadas. 20% da capacidade vendável do teatro tem o valor de R$ 50,00 em atendimento ao Vale Cultura. 

Vendas: bilheteria do teatro ou www.ingresso.com

Informações: (31) 3201-5211

www.teatroemmovimento.com.br / www.cinetheatrobrasil.com.br

 

Informações para a imprensa:

Jozane Faleiro - (31) 35676714 / 92046367 -  jozane@ab.inf.br

 

Teatro em Movimento

O projeto Teatro em Movimento, coordenado pela Rubim Produções, de Tatyana Rubim, foi criado há 14 anos, com o objetivo de descentralizar o acesso às grandes montagens do eixo Rio-São Paulo, promovendo a circulação dos mesmos para outros Estados e também pequenas cidades. Desde então, contabiliza 174 montagens, que somam mais de 503 apresentações, envolvendo cerca de 537 artistas, em 14 cidades, 27 teatros e público superior a 365 mil pessoas. 

Inicialmente, atuando em Minas Gerais e seu entorno, o projeto trouxe à capital mineira e algumas cidades do interior, espetáculos com peso nacional, tendo no elenco atores como Bibi Ferreira, Thiago Lacerda, Vladimir Brichta, Cissa Guimarães, Mateus Solano, Glória Menezes, Antônio Fagundes, Nicete Bruno, Paulo Goulart, Marco Nanini, Luana Piovani, Lilia Cabral, Rodrigo Lombardi, Cláudia Raia, Marisa Orth, Renata Sorrah, Paulo Gustavo e muitos outros.  Dentre os espetáculos que o projeto deslocou para a capital mineira estão “Hamlet”, “Incêndios”, “Esta Criança”, “Gonzagão – a Lenda”, “Bibi Ferreira – Histórias e Canções”, “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf”, “O Grande Circo Místico”, “New York, New York”, “Bem-vindo, Estranho”, “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes”, “Cassia Eller – o Musical”, “Azul Resplendor”, “Poema Bar” e muitos outros. 

O projeto também já atuou em diversos Estados brasileiros, como São Luiz (MA), Vitória (ES) e Aracajú (SE).  Em Minas Gerais, além de Belo Horizonte, o projeto atua em Nova Lima, Betim e Araxá. Os resultados do projeto vão além da inclusão das cidades na circulação das montagens. A iniciativa possibilita a formação de um espectador mais crítico e de um público mais preparado e habituado a lotar as salas dos teatros. A ideia é consolidar o hábito de ir ao teatro e fomentar a cultura das artes cênicas, por isso os espetáculos acontecem ao longo do ano e não concentrados em um curto período como nos festivais. O teatro, sendo um agente de transformação social, é capaz de atuar como um difusor de ideias e de cultura podendo ser usado como um instrumento de comunicação. Para ratificar a potencialidade de transformação social e cultural do teatro e colocar em prática os objetivos do projeto, o Teatro em Movimento ainda promove, sempre que possível, oficinas gratuitas, palestras e workshops para profissionais da área e interessados. Dessa forma, cria-se uma rede de circulação de informação fortalecendo a possibilidade de sustentabilidade do setor cultural.

 

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