O escritor e pesquisador sobre memória e performatividades LGBTQIA+ em Belo Horizonte em Minas Gerais, Luiz Morando, participa do Sempre Um Papo para falar sobre seu mais recente livro, “Enverga, mas não quebra: Cintura Fina em Belo Horizonte” (Ed. O Sexo da Palavra), a biografia da travesti que marcou época na capital mineira, durante a década de 50. Sob a mediação da jornalista Jozane Faleiro, a conversa acontece de forma on-line – com transmissão pelo YouTube e Facebook do projeto -, no dia 13 de setembro, terça-feira, às 19h.

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O Sempre Um Papo é viabilizado através do patrocínio do Instituto Cultural Vale, Cemig e Usiminas, com o apoio da Rede Mater Dei de Saúde, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

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“Enverga, mas não quebra: Cintura Fina em Belo Horizonte”

Nascida em 1933, no Ceará, e mineira de vivência, Cintura Fina não passava despercebida em Belo Horizonte, especialmente nos arredores boêmios dos bairros Bonfim e Lagoinha, onde se envolveu em brigas e acabou sendo detida diversas vezes. Sua identidade, que transitava entre o que era considerado masculino e feminino, causava incômodo na sociedade e, entre conflitos e afetos, Cintura Fina acabou entrando para a memória da cidade.

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Alvo de constantes agressões da polícia, a travesti foi presença contínua em delegacias devido ao seu hábito de não aceitar abusos – numa época em que o preconceito era ainda mais preponderante na sociedade. Ousada para a época, Cintura Fina não aceitava que alguém questionasse sua identidade sexual. Para se defender, usava com perícia uma navalha, o que lhe rendeu 11 inquéritos policiais por furto e lesão corporal.

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Por outro lado, são vários os relatos da época dando conta da solidariedade e generosidade da travesti, sempre dedicada a resolver problemas sociais e que afetavam as pessoas mais vulneráveis. Assim como ainda acontece com a maioria da população travesti, Cintura Fina não encontrou outra possibilidade de renda senão a prostituição. Anos depois, aprendeu o ofício de alfaiate.

“Marilyn Monroe dos detentos”, “anormal”, “refinado malandro”, “pederasta”, “larápio”, “gatuno”, “invertido sexual”: estes eram alguns dos termos que a imprensa usava para se referir à Cintura Fina. O preconceito se estendia à toda a comunidade LGBT. As travestis eram “as anormais da cidade”, as lésbicas eram chamadas de “trogloditas”, enquanto “invertidos” era o termo direcionado aos gays. Em “Enverga, mas não quebra: Cintura Fina em Belo Horizonte”, Luiz se dedica a registrar, ao longo de 340 páginas, estes e outros aspectos da trajetória desta notória personalidade, bem como as características da sociedade da época. Compre aqui o livro no site da editora.

 

Saiba mais sobre o autor:

Luiz Morando é mestre em Literatura Brasileira e doutor em Literatura Comparada, ambos pela Universidade Federal de Minas Gerais. (UFMG). Professor de literatura brasileira e teoria da literatura, ele é também autor do livro “Paraíso das Maravilhas: uma história do Crime do Parque” e ainda assina diversos artigos sobre seu tema de pesquisa em periódicos acadêmicos e outras publicações.

Luiz foi atuante em trabalhos de prevenção ao HIV realizados pelo Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de Minas Gerais (GAPA) e há décadas ele se dedica à pesquisa sobre memória e performatividades LGBTQIA+ em Belo Horizonte eno estado. Seu imenso acervo é composto por artigos, reportagens e documentos históricos a respeito do tema. Acompanhe Luiz Morando em suas redes sociais: Facebook. Instagram e Twitter

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Sempre um Papo – 36 anos

Criado em 1986, pelo jornalista Afonso Borges, o “Sempre Um Papo” é reconhecido como um dos programas culturais de maior credibilidade do país. O projeto realiza encontros entre grandes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros.

Em sua história, já ultrapassou os limites de Belo Horizonte e chegou a 30 cidades, em oito estados do país, tendo sido realizado também em Madri, na Espanha. Em 35 anos de trabalho, aconteceram mais de 7 mil eventos, que reuniram um público superior a 2 milhões de pessoas.

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Serviço:

Sempre Um Papo com Luiz Morando

Dia 13 de setembro, terça-feira, 19h

Local: Facebook e YouTube do Sempre Um Papo

Informações: www.sempreumpapo.com.br

Informações para a imprensa:

Jozane Faleiro – jozane@sempreumpapo.com.br / 31 992046367