Igarapé recebe ações do projeto Literatura Acessível
Escolas municipais receberam apresentações do espetáculo “Incluídos & Misturados”, que traz histórias protagonizadas por personagens com deficiência
O Literatura Acessível, projeto realizado com o patrocínio da Mineração Usiminas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, vai chegar em alguns municípios mineiros. Igarapé é uma das cidades contempladas. Nesta segunda-feira (19/09), alunos e professores da Escola Municipal Maria Constancia da Silva Moreira e da Escola Municipal Maria José Henriques receberam o espetáculo “Incluídos & Misturados”, que tem roteiro inspirado nos livros do projeto, todos com histórias protagonizadas por personagens com alguma deficiência. A peça teatral traz um olhar para a diversidade na perspectiva inclusiva e conta com intérprete de Libras.
A iniciativa é uma realização do Instituto Incluir, da Secretaria Especial da Cultura e do Ministério do Turismo, com produção da Burburinho Cultural, com apoio do Instituto Usiminas e da Prefeitura de Igarapé.
Na peça “Incluídos & Misturados”, que utiliza a linguagem de contação de histórias, um viajante recém-chegado de um lugar imaginário conta para o público suas experiências vividas com os personagens da turma Incluídos e Misturados. "É um espetáculo teatral sensorial e interativo que aborda como temas principais a acessibilidade e inclusão. Por meio de atividades lúdicas, o personagem principal conduz todos para uma viagem à um mundo sem distinções, onde as diferenças unem a todos", explica o diretor Vinícius Soares.
Além do espetáculo, foram distribuídos gratuitamente para as escolas uma coletânea infantojuvenil com quatro livros em multiformato – impressos que reúnem em um único exemplar braille, pictogramas e acesso a versão em Libras e audiodescrição. Também será produzida uma edição sem recursos de acessibilidade para demais estudantes.
O Literatura Acessível tem como objetivo levar a informação, o conhecimento e a cultura a uma parcela da população que conta com poucas opções de acesso à leitura. São aqueles que apresentam algum tipo de necessidade específica ao ato de ler, como idosos, disléxicos, pessoas cegas ou com baixa visão, pessoas com deficiência auditiva, intelectual e autistas.
A iniciativa foi recentemente reconhecida com o prêmio Unesco-Confúcio de Alfabetização.
“Nosso foco é no processo formativo e esse momento nos permite entender os desafios e as potencialidades das pessoas com deficiência. É uma via de mão dupla essa relação. A nossa sociedade precisa entender que a educação precisa ser para todos, possibilitando ações na perspectiva da emancipação e não da segregação”, afirma Carina Alves que é psicóloga, empreendedora e ativista social, fundadora do Instituto Incluir e idealizadora e autora (outros escritos em coautoria com parceiros) do Literatura Acessível.
Literatura Acessível
O projeto teve início em 2014 e hoje atende todas as regiões do Brasil e, inclusive, dialoga com outros países. Além de distribuir os livros gratuitamente, a iniciativa contempla contação de histórias por meio do espetáculo “Incluídos e Misturados” em escolas públicas de Belo Horizonte (MG), Cubatão (SP), Ipatinga (MG), Itaúna (MG), Mateus Leme (MG), Igarapé (MG), Betim (MG), Santa Luzia (MG), Cabo de Santo Agostinho (PE) e Recife (PE).Nesta perspectiva, o projeto busca estimular a inclusão social das crianças e jovens com e sem deficiência, desenvolver através da prática da leitura suas habilidades cognitivas, criativas e psicológicas. A iniciativa pretende criar oportunidades de atividades culturais e educacionais para proporcionar uma nova sociedade que seja mais digna e mais justa.
A Literatura Acessível também oferece e-books e um aplicativo totalmente gratuitos.
Obras da série
Os livros que compõem a série trazem de forma lúdica e inspiradora histórias reais, revelam as dificuldades enfrentadas por pessoas com algum tipo de deficiência e seus familiares, evidenciam o cotidiano de superação e mostram como é possível transformar através do novo.
O menino que escrevia com os pés
Autora: Carina Alves"O Menino Que Escrevia com os Pés" foi desenvolvido em parceria com a Universidade de Leiria em Portugal, que trabalha com livros infantis em multiformato. O objetivo é disseminar o tema com responsabilidade, maestria e ludicidade. A obra traz a história de Tico, um menino alegre que, após sofrer um acidente ao soltar bombas, perde as duas mãos e se reinventa através do esporte e da educação.
A Princesa que tinha um cromossomo a mais
Autoras: Carina Alves e Mari MeiraA obra traz uma proposta de pluralismo de ideias para crianças e jovens, estimulando o protagonismo da diversidade, o multilinguismo e uma discussão saudável sobre educação especial na perspectiva inclusiva dentro e fora das escolas. O livro conta a história de uma menina que nasce com Síndrome de Down e se reinventa no cotidiano preconceituoso instalado na sociedade pós-moderna.
Meu nome é Bia, sabia?
Autora: Carina AlvesUma menina descobriu que incluir era uma questão de cidadania e de direitos humanos e resolveu conversar com todas as pessoas que ela conhecia para que a Inclusão fizesse parte da cultura daquela comunidade que ela vivia e assim tudo foi se transformando num mundo melhor.A sociedade que temos e a sociedade que queremosAutora: Carina AlvesEssa história conta sobre uma sociedade produzida por uma escola fracassada e que diante de uma crise se reinventa e busca uma nova maneira de pensar a Educação. Uma escola de pessoas e para pessoas. humanizadora, transformadora e democrática.
Incluídos e Misturados
Autora: Carina AlvesUm grupo de amigos se descobrem intrigados quando surge um novo amigo que precisa ser incluído e todos juntos aprendem como lidar com as diferenças e criam uma cultura mais inclusiva e menos preconceituosa.
Ficha técnica do espetáculoIdealização:
Literatura Acessível - Carina Alves \ Realização: Instituto Incluir \ Texto e Direção: Vinicius Soares \ Assistente de Direção: Fabrício Ligiero \ Ator: Thayan Ribeiro \ Figurino e adereços: Tiago Costa \ Músicas: Rafael Galhardo \ Produção Executiva: Burburinho Cultural\ Direção de produção: Priscila Seixas e Thiago Ramires\ Produtores: Joelma Veiga, Camille Dias e Fabricio Ligiero
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