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Teatro em Movimento, com o patrocínio do Itaú e do Instituto Unimed-BH, traz a Belo Horizonte “Krum”

 

No espetáculo, Marcio Abreu dirige expoentes da cena teatral, nesta primeira montagem brasileira do texto do israelense Hanoch Levin. Peça é segunda parceria entre a atriz Renata Sorrah e a Cia Brasileira de Teatro, marcada pela presença da mineira Grace Passô. Dias 28 e 29 de agosto, no Sesc Palladium

 

 

Após três anos de sucesso da peça “Esta Criança” — vencedora de quatro prêmios Shell 2012 —, a Companhia Brasileira de Teatro e o diretor Marcio Abreu estão novamente ao lado da atriz Renata Sorrah. Desta vez, eles encenam “Krum”, texto inédito no Brasil, do israelense Hanoch Levin (1943-1999). O elenco  reúne os atores Edson Rocha, Rodrigo Bolzan, Rodrigo Ferrari, Ranieri Gonzalez - integrantes e colaboradores da Cia Brasileira de Teatro em outras produções -, além dos nomes de destaque na cena teatral brasileira Cris Larin, Danilo Grangheia, Inez Viana e a mineira Grace Passô. Na montagem, tudo começa quando Krum retorna de uma viagem. Ele volta para a mesma cidade, mesmo bairro de infância e para a casa da mãe. No entanto, o que se vê em cena, não é o desenrolar da volta para a casa do herói clássico. O ponto de partida de “Krum” é o momento da chegada à casa de um anti-herói fracassado, que a partir daí tenta se reconciliar com o passado, com aquilo de que um dia tentou se livrar quando partiu em viagem.

 

Em Belo Horizonte, a montagem integra a programação do Teatro em Movimento (TM), e é feita em co-realização com o Sesc Palladium, contando com três apresentações, dias 28 e 29 de agosto, sexta, às 21h e sábado, às 18h e às 21h, no Sesc Palladium.   Com essa parceria a Rubim Produções, responsável pelo TM, e o Sesc comemoram os quatro anos do teatro,  uma vez que este espetáculo integra repertório comemorativo.

 

Para a realização de suas atividades o projeto conta com os patrocínios do Itaú e do Instituto Unimed-BH, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

A montagem

“O fim está no começo e, no entanto, continua-se”. De acordo com Marcio Abreu, as palavras de Beckett descrevem com perfeição o princípio estrutural de ‘Krum’, que estreou em março de 2015, no Rio de Janeiro. O texto foi escrito nos anos 70 por Hanoch Levin, na época um jovem autor influenciado por Tchekhov e Beckett, em um país recente e mergulhado em conflitos e contradições. Apenas no período de vida do autor, de 1943 a 1999, foram sete guerras. “Há em Tchekhov do entretempo, Beckett do pós-guerra, Levin do final do séc XX e nós hoje, algo em comum. Enquanto o mundo turbulento destila suas violências, as pessoas tentam seguir suas vidas, muitas vezes, sem brilho, confinadas em suas casas ou alimentando expectativas, sonhos de consumo, esperança de dias melhores’, analisa Marcio Abreu.

‘Krum’ é uma peça com dois enterros e dois casamentos. Não existem grandes feitos, tudo é ordinário. Entre as duas cerimônias, acontece uma sequência de cenas curtas, o quadro da vida dos habitantes de um bairro remoto. “É uma peça sobre pessoas. O que está em jogo é a matéria humana. Habitam o mundo de Krum seres pequenos, sem pudor na palavra, vivendo sob um teto baixo. Há um olhar, ao mesmo tempo, cruel e generoso sobre vidas mínimas ou, como em Tchekhov, sobre o que existe de mínimo no ser humano”, sublinha Marcio.

 

A peça se inicia com o retorno ao lar do personagem-título, que, depois de perambular pela Europa em busca de experiências e quiçá de aprendizado, volta para casa – na periferia de uma cidade– de mãos vazias. Ao chegar, Krum confessa que não viu nada, não viveu nada, que nem mesmo no estrangeiro foi capaz de encontrar o que buscava.

Ao recusar a possibilidade de qualquer transformação existencial e de qualquer escapatória de um mundo onde o céu parece sempre tão baixo, o ar tão pesado e as estruturas sociais tão opressoras, Krum formula uma questão (humana) universal: até que ponto é possível sonhar a mudança? Será que estamos condenados a repetir indefinidamente os mesmos ritos incompreensíveis, a viver uma sucessão interminável de casamentos e funerais que, vistos sem ilusões, não significam nada? Por que continuar? Para que continuar?

 

Articulada em torno dessas questões, a peça apresenta o reencontro do recém-chegado Krum (Danilo Grangheia) com os curiosos habitantes de seu mundo: sua mãe (Grace Passô) e a sua ex-namorada Tudra (Renata Sorrah), que, depois de abandonada, casa-se com o ordinário e bem-sucedido Tachtich (Rodrigo Ferrarini). Como eles, há o casal de desapaixonados Tugati (Ranieri Gonzalez) e Dupa (Inez Viana), mulher que sonha em se livrar do adoentado marido e fugir para a Ilha de Capri com o canastrão italiano Bertoldo (Rodrigo Bolzan). Além deles, Felicia (Cris Larin) e Dolce (Edson Rocha) formam outro casal, que se contenta com as pequenas cerimônias das redondezas: os dois casamentos e os dois funerais que acontecem na trama. Breves episódios de suas vidas desenrolam-se diante dos espectadores, que são instados a se identificar com a perspectiva distanciada e irônica de Krum.

A Companhia Brasileira de Teatro e Renata Sorrah

 

A estreia do autor israelense no Brasil é o segundo projeto produzido a partir da bem-sucedida parceria entre a atriz Renata Sorrah e da companhia brasileira de teatro. A primeira foi “Esta Criança”, do autor francês Joël Pommerat, imenso sucesso de público e crítica que estreou no Rio de Janeiro no fim de 2012 e ainda hoje viaja pelas principais cidades do país. Em mais de 40 anos de carreira, impactantes atuações em espetáculos, no cinema e na televisão fizeram de Renata, indiscutivelmente, um dos grandes nomes do teatro brasileiro.

 

Ao lado dela, neste projeto, está a premiada companhia brasileira de teatro, fundada há 12 anos, em Curitiba, pelo ator, dramaturgo e diretor Marcio Abreu, considerado pela crítica especializada como uma das mais consistentes do país, responsável por montagens marcantes para a história recente da dramaturgia e da encenação teatral brasileiras. Curiosamente, Renata e a CBT têm em comum, entre outras investigações artísticas, a descoberta de dramaturgos contemporâneos, inéditos no Brasil, a exemplos do siberiano Ivan Viripaev (Oxigênio) e de Jean-Luc Lagarce, com “Apenas o fim do Mundo”, dirigidos por Marcio, na Companhia e dos autores Botho Strauss (Grande e Pequeno, 1985) e do norueguês Jon Fosse (Um dia, no verão, 2007), trazidos em espetáculos produzidos por Renata Sorrah – que também atuou nas antológicas montagens do alemão Rainer Werner Fassbinder (Afinal... Uma Mulher de Negócios, 1977, e As Lagrimas Amargas de Petra Von Kant, 1982) .

 

Críticas 2015- “Krum”

“(…) o drama evoca duas influências assumidas pelo autor: Tchekov, com seus personagens estanques, e Beckett, pelo desencanto conciliável com o riso. De fato, por trás do niilismo, vislumbra-se um humor negro, por vezes angustiante, muito bem explorado nesta irretocável montagem da Companhia Brasileira de Teatro (…) o elenco mostra-se perfeitamente coeso e entrosado, mas cumpre ressaltar o timing de humor de Inez Viana, a notável capacidade de modulação de Renata Sorrah e o domínio de cena de Danilo Grangheia. (…)” - VEJA RIO RECOMENDA - (avaliação 5 estrelas) Rafael Teixeira

 

“(…) o desempenho de movimento de Marcia Rubim é uma verdadeira codireção, não só no ajuste perfeito à concepção de Marcio Abreu, como detalhamento gestual de cada ator. O cenário de Fernando Marés surge aos poucos, em progressão dramática, e a serviço das interpretações. A iluminação de Nadja Naira é decisisiva no visual límpido, enquadrando cada cena aos movimentos. Como destaque, o mergulho no escuro do cinema. A trilha e os efeitos sonoros de Felipe Storino são marcantes. A tradução de Giovana Soar tem fluência, e o figurino de Ticiana Passos, a discrição dominante a montagem. O elenco equilibra o coletivo adensamento formalista, com a quebra individual de empostações. (…)” - O Globo - Cotação - ótimo - Macksen Luiz

 

Ficha Técnica

Texto: Hanoch Levin /Direção: Marcio Abreu / Elenco: Cris Larin, Danilo Grangheia, Edson Rocha, Grace Passô, Inez Viana, Ranieri Gonzalez, Renata Sorrah, Rodrigo Bolzan e Rodrigo Ferrarine  /Tradução: Giovana Soar / Adaptação: Marcio Abreu e Nadja Naira / Assistência de Direção e iluminação: Nadja Naira / Cenário: Fernando Marés / Trilha e efeitos sonoros : Felipe Storino /Figurino: Ticiana Passos / Direção de Movimento: Marcia Rubin / Direção de Produção: Faliny Barros e Cássia Damasceno / Programação Visual: Fábio Arruda e Rodrigo Bleque – Cubículo / Fotos: Nana Moraes / Produção Executiva: Isadora Flores / Assistência de Cenografia e Direção de Cena: Eloy Machado / Produção e Realização: Renata Sorrah e companhia brasileira de teatro / Produção em Belo Horizonte: Rubim Produções / Realização em Belo Horizonte: Teatro em Movimento, com patrocínio do Itaú e do Instituto Unimed-BH, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

A montagem deste espetáculo foi patrocinada pela OI com apoio cultural do Oi Futuro. A companhia brasileira de Teatro é patrocinada pela Petrobras.

 

 

Serviço: “Krum”, com Renata Sorrah e elenco

Classificação: 16 anos -   Duração: 110 minutos – Gênero: Drama

Dias/horários: 28 e 29 de agosto de 2015, sexta, às 21h e sábado, às 18h e às 21h

Local: Grande Teatro Sesc Palladium - Rua Rio de Janeiro, 1046 - Centro (estacionamento pago no local)

Ingressos: Plateia I e Plateia II central: R$ 70,00  / Plateia II Lateral: R$ 50,00

Vendas: bilheteria do teatro e www.ingresso.com

Meia entrada válida para maiores de 60 anos e para estudantes devidamente identificados (conforme MP 2208/2001)

10% da capacidade vendável do teatro é destinada gratuitamente para entidades de baixa renda devidamente comprovadas. 20% da capacidade vendável do teatro tem o valor de R$ 50,00 em atendimento ao Vale Cultura.

 

Informações: Telefone:(31)  3214-5350– sites: www.teatroemmovimento.art.br /

www.sescpalladium.com.br

 

Informações para a imprensa:

Jozane Faleiro - (31) 35676714 / 92046367 - jozane@ab.inf.br

 

 

Biografia Márcio Abreu

Márcio Abreu - Diretor

Ator, diretor e dramaturgo, natural do Rio de Janeiro formação em passagens pela EITALC (Escola Internacional de Teatro da América Latina e Caribe e pela ISTA, Escola Internacional de Antropologia Teatral). Co-fundador da Companhia Brasileira de Teatro, sediada em Curitiba, onde desenvolve pesquisas e processos criativos em intercâmbio com artistas de várias partes do país e também de outros países, especialmente a França. Nos últimos cinco anos dirigiu diversos espetáculos na Cia, entre eles: Vida,  texto e direção; Oxigênio, de Ivan Viripaev e Isso te interessa?de Noëlle Renaude. Em 2012 dirigiu Esta Criança, primeira parceria com a  atriz Renata Sorrah , ganhador de 4 prêmios Shell.Estreou ainda Enquanto estamos aqui, solo com a coreógrafa Marcia Rubin. Neste mesmo ano foi escolhido  - personalidade teatral do ano - pela Folha de São Paulo. Em 2013 colaborou na direção da peça Cine Monstro, de Daniel MacIvor, dirigida e interpretada por Enrique Diaz e em 2014 assinou a direção e dramaturgia do espetáculo  Nômades, com Andrea Beltrão, Mallu Gali e Mariana Lima.

 

Teatro em Movimento

O projeto Teatro em Movimento, coordenado pela Rubim Produções, de Tatyana Rubim, foi criado há 14 anos, com o objetivo de descentralizar o acesso às grandes montagens do eixo Rio-São Paulo, promovendo a circulação dos mesmos para outros Estados e também pequenas cidades. Desde então, contabiliza 177 montagens, que somam mais de 511 apresentações, envolvendo cerca de 539 artistas, em 14 cidades, 27 teatros e público superior a 365 mil pessoas.

Inicialmente, atuando em Minas Gerais e seu entorno, o projeto trouxe à capital mineira e algumas cidades do interior, espetáculos com peso nacional, tendo no elenco atores como Bibi Ferreira, Thiago Lacerda, Vladimir Brichta, Cissa Guimarães, Mateus Solano, Glória Menezes, Antônio Fagundes, Nicete Bruno, Paulo Goulart, Marco Nanini, Luana Piovani, Lilia Cabral, Rodrigo Lombardi, Cláudia Raia, Marisa Orth, Renata Sorrah, Paulo Gustavo e muitos outros.  Dentre os espetáculos que o projeto deslocou para a capital mineira estão “Hamlet”, “Incêndios”, “Esta Criança”, “Gonzagão – a Lenda”, “Bibi Ferreira – Histórias e Canções”, “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf”, “O Grande Circo Místico”, “New York, New York”, “Bem-vindo, Estranho”, “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes”, “Cassia Eller – o Musical”, “Azul Resplendor”, “Poema Bar” e muitos outros.

 

O projeto também já atuou em diversos Estados brasileiros, como São Luiz (MA), Vitória (ES) e Aracajú (SE).  Em Minas Gerais, além de Belo Horizonte, o projeto atua em Nova Lima, Betim e Araxá. Os resultados do projeto vão além da inclusão das cidades na circulação das montagens. A iniciativa possibilita a formação de um espectador mais crítico e de um público mais preparado e habituado a lotar as salas dos teatros. A ideia é consolidar o hábito de ir ao teatro e fomentar a cultura das artes cênicas, por isso os espetáculos acontecem ao longo do ano e não concentrados em um curto período como nos festivais. O teatro, sendo um agente de transformação social, é capaz de atuar como um difusor de ideias e de cultura podendo ser usado como um instrumento de comunicação. Para ratificar a potencialidade de transformação social e cultural do teatro e colocar em prática os objetivos do projeto, o Teatro em Movimento ainda promove, sempre que possível, oficinas gratuitas, palestras e workshops para profissionais da área e interessados. Dessa forma, cria-se uma rede de circulação de informação fortalecendo a possibilidade de sustentabilidade do setor cultural. 

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