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Espetáculo “Céus” terá duas apresentações em BH,

dias 16 e 17 de março

MUSICAL INFANTIL “O TUBARÃO MARTELO E OS HABITANTES DO FUNDO DO MAR” FAZ ÚNICA  APRESENTAÇÃO NO DIA 11 DE MARÇO, NO TEATRO BRADESCO, EM BH

Com o patrocínio do Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, o projeto inicia circulação, começando pela capital mineira. Aderbal Freire-Filho dirige o espetáculo, idealizado por Felipe de Carolis, que também atua na montagem ao lado dos atores Rodrigo Pandolfo, Marco Antonio Pâmio, Karen Coelho e Isaac Bernat.  Texto de Wajdi Mouawad, autor do fenômeno “Incêndios” questiona o poder da arte diante do horror

 

A estreia de “Céus” marca o segundo encontro do diretor Aderbal Freire-Filho e do ator e produtor Felipe de Carolis com o teatro de Wajdi Mouawad. O primeiro encontro foi em “Incêndios”, a peça fenômeno com o maior número de prêmios da história do teatro Brasileiro - foram mais de vinte prêmios, e mais de 50 indicações só entre RJ e SP -, que rodou o país por três anos com absoluto êxito de público e crítica. E foi ainda durante os ensaios de “Incêndios” que Felipe decidiu que montaria “Céus”. “Houve um episódio específico que foi decisivo para eu bater o martelo e comprar os direitos da peça: estávamos ensaiando dentro do teatro Poeira, em 2013, quando o país ia às ruas para as manifestações que ficaram famosas pelo nome ‘não é por vinte centavos’. No intervalo do ensaio, vimos uma manchete que informava sobre a ameaça da intervenção militar naquelas manifestações. Nos olhos dos meus colegas de elenco eu vi o semblante de tristeza, dor e medo, uma mistura de indignação e angústia. Eu tive uma vontade enorme de ir para a rua, mas naturalmente não poderia abandonar o ensaio. Eu olhei pro Aderbal e disse "esta situação me lembra muito “Céus”, a última peça da tetralogia". No dia da estreia de “Incêndios” fui no ouvido do Aderbal e falei pra ele ‘Céus’ é nossa!’”, conta ele. E acrescenta: “Infelizmente, o terrorismo cresce assustadoramente e a peça se torna mais e mais atual. Mas é muito importante prestar atenção neste autor fabuloso, na maneira como ele apresenta o tema principal da peça, expondo feridas como a descriminação religiosa, o preconceito com a possível inteligência jovem, a sensibilidade do homem moderno e a força da cultura nas gerações futuras”.

 

Então, ator e diretor se reuniram novamente para explorar a dramaturgia do autor que é um dos mais destacados nomes da cena contemporânea internacional. No palco, estão os atores Felipe de Carolis, Rodrigo Pandolfo, Marco Antonio Pâmio, Karen Coelho e Isaac Bernat. O espetáculo “Céus” estreou com grande sucesso em 2016 no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, tendo seguido para São Paulo em Outubro de 2017, no Teatro Vivo, onde permanece em cartaz  e é ainda inédita no resto do país. Em seguida, chega a Belo Horizonte para duas apresentações no Teatro Bradesco, dias 16 e 17 de março, sexta e sábado, às 21h. As duas sessões terão tradução em libras, permitindo a acessibilidade para surdos.

 

A peça

Isolados em uma espécie de bunker, as personagens precisam desvendar um iminente atentado terrorista. Especialistas no assunto, eles também são confrontados com o misterioso desaparecimento de um membro da equipe. Atravessado por temas de extrema atualidade, o texto de Mouawad caminha para uma profunda discussão sobre o Terror e o mundo contemporâneo.

 

“A questão atual do terrorismo não é mais vista como um conflito entre Oriente e Ocidente. Na verdade, a peça caminha para uma discussão mais profunda, que vai muito além das divisões territoriais, muito além de questões religiosas”, analisa Aderbal, que aponta as muitas diferenças entre “Céus” (2009) e “Incêndios” (2003), que fazem parte de uma mesma tetralogia denominada ‘Sangue das Promessas’, que se completa com as peças “Florestas” e “Litoral”.

 

Para o diretor, “Céus” traz uma discussão sobre as revoltas e a insatisfação da juventude em um mundo que a castigou sempre. Após receberem uma civilização construída por interesses que não são seus, a juventude ainda vê guerras – motivadas por estes interesses – os destruírem, tanto no exército que os recruta como, indiretamente, nas rupturas de gerações. “É uma peça nova, no sentido de ter uma dramaturgia contemporânea, aberta, que dialoga com a poética ilimitada da cena. Estamos diante de um texto que reconhece o poder da cena ilimitada”, reflete Aderbal.

 

Além do conteúdo, as duas peças apresentam diferenças acentuadas também na forma. Enquanto Incêndios trazia a saga de uma personagem marcada por trágicos acontecimentos ao longo de décadas, Céus concentra a sua ação em um curto espaço de tempo e em um espaço definido.

 

Mouawad batiza o local em que as personagens se encontram de ‘célula francófona’, não especificando exatamente um país. Os espectadores apenas sabem que eles estão presos e que só poderão sair após finalizar a missão de desvendar o suposto atentado. É nesta tensão em que os conflitos individuais são apresentados e que a construção de todo o enigma da trama é desvendado.

 

“Talvez fique mais evidente uma dramaturgia nova quando ela explora as possibilidades infinitas do palco ao ousar na quebra de limites entre tempo e espaço, o que não acontece em Céus. As mudanças de tempo e espaço aqui são relativamente pequenas. Mas o teatro novo, a poética da cena ilimitada, o palco da imaginação não existe apenas por essas razões mais evidentes: ele está no modo de construir os personagens, de apresentar a trama, de desenvolver a narrativa, de combinar os diferentes recursos dramáticos e construir, enfim, uma nova póetica”, resume Aderbal.

 

Para o espetáculo, o diretor recrutou parceiros de longa data para a ficha técnica, como o cenógrafo Fernando Mello da Costa e o iluminador Maneco Quinderé. Os figurinos são assinados por Antonio Medeiros e a trilha sonora é de Tato Taborda. Desta vez, ele faz uso de projeções impactantes (Estúdio Radiográfico) em cena. O espetáculo tem coprodução da Tema Eventos.

 

Responsável pela obra do Wajdi no Brasil, Felipe de Carolis conta que “chegar até a agência detentora dos direitos do Wajdi foi um processo árduo. Todo dinheiro do meu trabalho ia para pagar os direitos de “Incêndios”. Era o risco da minha vida. O valor foi altíssimo. Wajdi é o jovem autor mais premiado no mundo. Hoje, recebe homenagens como ator, diretor, dramaturgo e autor em todos os continentes, mas o Brasil ainda não o conhecia. Eu sempre quis fazer tragédia. A linguagem épica, a interpretação que o trágico pede é de uma carpintaria da dor inatingível. Eu sempre quis passar por aí, investigar este lugar, beber nesta fonte. A possibilidade de trazer para o público brasileiro um grande autor trágico contemporâneo tão imbricado às suas raízes, e ao mesmo tempo tão universal, me fez querer colocar ele em cena. Aprender com Aderbal e Marieta, e todos os atores que convidei a dedo para as duas peças, com certeza, são fatores definitivos nesta história”, completa. 

 

Serviço: “Céus”

Duração: 110 minutos/ Classificação indicativa: 14 anos 

Datas e horários: 16 e 17 de março de 2018, sexta e sábado, às 21h

Local: Teatro Bradesco, Rua da Bahia, 2244 - Lourdes

Capacidade: 602 lugares

Ingressos: R$ 25,00 (inteira) e R$ 12,50 (meia entrada)

Mais informações: (31) 3516 1360

 

Informações para a imprensa: Luz Comunicação

Jozane Faleiro - jozane@luzcomunicacao.com.br

31 992046367 - 35676714

 

Ficha Técnica:

 De Wajdi Mouawad / Direção Aderbal Freire-Filho / Com Felipe de Carolis, Rodrigo Pandolfo, Marco Antônio Pâmio, Karen Coelho e Isaac Bernat/ Diretor assistente Fernando Philbert / Cenografia Fernando Mello da Costa / Iluminação Maneco Quinderé / Figurinos Antonio Medeiros / Direção Musical Tato Taborda / Vídeos e projeto gráfico Radiográfico / Visagismo Erica Monteiro / Direção de produção Amanda Menezes / Produção executiva Juliana Cabral / Coordenação geral Maria Angela Menezes / Produção Tema Eventos Culturais e E-MERGE/ Produção local em Belo Horizonte Rubim Produções/ Assessoria de imprensa Jozane Faleiro - Luz Comunicação

 

 

Sobre WAJDI MOUAWAD

Wajdi Mouawad nasceu no Líbano em 1968. Aos 10 anos, deixou seu país natal devastado pela guerra e partiu para Paris com a família. Em 1983, se mudou para o Canadá (Montreal). Em 1991, logo depois de se formar na Escola de Teatro Nacional, embarcou em uma carreira polivalente como ator, escritor, diretor e produtor. Em 1998, sua criação ‘Protágoras trancada no banheiro’ é votada como a melhor produção de Montreal pela Associação de Críticos de Teatro Quebec.

De 1990 a 1999, co-dirige a Companhia de Teatro Ô Speaker. Ao mesmo tempo, escreve ‘Litoral’, anterior a ‘Incêndios’, que unidas a outras duas peças formará a tetralogia denominada por ele como ‘Sangue das promessas’. O espetáculo ‘Litoral’ rendeu-lhe reconhecimento e dois importantes prêmios: Prêmio Literário Governor General’s Literary Award de melhor texto teatral em 2000 e o Chevalier de l'Ordre National des Arts et dês Lettres, na França, em 2002. ‘Céus’ (2009) é o último texto do projeto.

Nos últimos 15 anos, Wajdi Mouawad se estabeleceu como um original e singular encenador do teatro contemporâneo, aclamado por suas narrativas diretas e firmes, em encenações de estética precisa e potente. Em todos os seus trabalhos, peças de sua autoria (‘Tideline’, ‘Scorched’, ‘Forêts’, dentre outras) e adaptações (‘Viagem ao fim da noite’, de Céline; ‘D. Quixote’, de Cervantes), produções que dirigiu (‘Macbeth’, ‘As troianas’ e ‘As três irmãs’), dois romances (‘Visage retrouvé’ e ‘Anima’), Wajdi Mouawad expressa a convicção que a ‘arte se porta como testemunha da existência humana através do prisma da beleza’.

Suas peças foram traduzidas em mais de quinze idiomas e apresentadas em vários países, incluindo a Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Espanha, Japão, México, Austrália e Estados Unidos. ‘Incêndios’ foi adaptado para o cinema e dirigido pelo canadense Denis Villeneuve, tendo sido indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

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