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CIA ANANDA DE DANÇA CONTEMPORÂNEA ESTREIA E FAZ CIRCULAÇÃO DOS ESPETÁCULOS “OLHOS MEUS” E DO INFANTIL “LÁGRIMAS DA FLORESTA”

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Fotos: Marina Mitre

Montagens que convidam o público a descobrir outras formas de perceber a dança sem o uso dos olhos serão apresentadas em cinco centros culturais de Belo Horizonte, de abril a setembro de 2019

 

 

O que resta do movimento dançante se retirarmos a sua visibilidade? Como criar outros visíveis, outros caminhos cinestésicos, outros territórios de produções de sentidos sem o uso dos olhos? O que se vê sem eles? Por meio de formas inéditas de sentir e partilhar a dança, a Cia Ananda – dirigida pela artista e professora Anamaria Fernandes – realiza com o projeto “Circulação Olhos Meus” a experiência da dança criada não para ser vista, mas para ser sentida através da apresentação do espetáculos adulto “Olhos Meus” e do infantil “Lágrimas da Floresta”. A companhia oferece também a oficina “Olhando Sem Olhos” com base nas pesquisas das duas montagens. As apresentações e a oficina acontecerão de abril a setembro de 2019, nos Centros Culturais Salgado Filho (25 a 27/4), Alto Vera Cruz (15 a 18/5), Usina de Cultura (14/6 e 17/8), Vila Marçola (21 a 23/8) e Bairro das Indústrias (20 e 21/9). Todas as atividades serão gratuitas e sujeitas à lotação dos espaços.  

 

O projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

 

A Cia Ananda de dança contemporânea, franco-brasileira, fundada em 2017 pela dançarina e coreógrafa Anamaria Fernandes, juntamente com 20 artistas, presta atenção especial aos públicos que enfrentam dificuldades de acesso a direitos sociais e  culturais fundamentais. Através de seu trabalho de criação e oficinas, a companhia fundou sua pesquisa e ações em torno da noção do encontro, da diferença, do compartilhamento e da acessibilidade. “Me formei em 1992 em dança na Unicamp. Já na faculdade, através de uma bolsa de pesquisa, fiz um projeto para trabalhar com crianças cegas, pensando o que seria a dança para essas pessoas. Sem a referência visual da dança, o que seria dançar? O espetáculo “Olhos Meus” vem então de uma ideia que eu tive, há cerca de 25 anos. Este trabalho, assim como outras iniciativas que fiz junto a pessoas em situação de deficiência ou transtorno mental, surgiram desse incômodo com os códigos estéticos da dança. Regras que eletizam  corpos e  gestos, que categorizam corpos aptos e inaptos. Para os ditos inaptos, na maioria das vezes lhes restam somente iniciativas terapeuticas. Minha impressão é de que em Minas Gerais essa  imagem coletiva e normativa do que é dança e do que é um dançarino ainda é muito forte. Este espetaculo busca mostrar outras formas de sentir a dança, abrindo novas perspectivas estéticas desta arte”, explica Anamaria. 

 

“Olhos Meus” é uma obra coreográfica criada não para ser vista, mas para ser sentida. Através desta experiência inédita, a montagem busca proporcionar novas vivências sensoriais e estéticas não somente para o público, como para os dançarinos.  São 18 pessoas por sessão e cada uma é acompanhada por um dançarino. “É um espetáculo cuja transmissão da dança para o público é feita através do tato, do som, da respiração, da energia do movimento, da proximidade dos corpos e do olfato. 

 

Trabalhamos uma nova forma de criar a empatia, que na dança tradicional é gerada  pela visão. A relação de confiança é muito forte entre o dançarino e o público, pois ele está vendado durante todo o espetáculo”, adianta Anamaria. 

 

Após finalização de “Olhos Meus”, a Cia Ananda se desafiou a criar um espetáculo para crianças e, então, surgiu o “Lágrimas da Floresta”, inspirado em contos indígenas e que trata da questão da  importância da proteção da natureza de maneira poética e sensível. É também uma obra coreográfica, teatral e musical na qual os espectadores não fazem uso de seus olhos. Vendado, o público é convidado a participar  de uma missão importante: salvar uma floresta protegida por um pássaro guardião que, ao ver as atrocidades feitas à sua mata, subiu as árvores e secou os rios. São 40 pessoas por sessão, sendo a classificação a partir de 7 anos, sendo duas pessoas para cada dançarino. “Os dois espetáculos têm concepção praticamente idênticas. Só que no infantil a gente trabalhou a partir de um enredo, temos personagens e as crianças,  como público, ajudam a salvar a floresta, é bastante lúdico”, conta Anamaria. 

 

A diretora acredita que a experiência de participar dos espetáculos de olhos vendados leva o público a mobilizar sentimentos de sua própria história e proporciona outras formas de perceber o mundo. “Você se encontra com seus limites, suas emoções. Não partimos do objetivo de sensibilizar para a questão da deficiência, no caso aqui  da cegueira. Isso é mais uma consequência do trabalho. O que nos interessa nessa questão da diversidade é a estética da diferença. O que a diferença pode nos trazer com novos campos estéticos e sensoriais. E é lógico que está tudo ligado a uma ética do fazer, do pensar, de se posicionar mundo. Nosso posicionamento enquanto artista é sempre um posicionamento político. É uma questão política de sublimar as diferenças. Uma deficiência não é algo incapacitante. Temos sempre essa atenção particular para grupos minorizados”, finaliza. 

 

A oficina “Olhando Sem Olhos” tem duração de 3 horas e é destinada ao público de a partir de 18 anos. Trata-se do compartilhamento do processo investigativo de criação do espetáculo “Olhos Meus”, obra coreográfica criada não para ser vista mas para ser sentida. O objetivo é fazer com que os participantes tenham uma experiência sensorial com a dança sem o uso da visão, explorando os outros sentidos e as possibilidades da diferença. A oficina será ministrada pelos dançarinos da Cia Ananda.

 

FICHA TÉCNICA: “OLHOS MEUS” E “LÁGRIMAS DA FLORESTA”

Direção artística: Anamaria Fernandes / Composição sonora: Gustavo Felix, Helena Cunha e Ana Leite Lima / Elenco: Ana Leite Lima, Anna Paula Santos, Ana Rita Nicolielo, Beatriz Nobel, Clarissa Aguiar, Denner Moisés, Duna Dias, Eduardo Henrique, Elidiane Rodrigues, Giulia Victoi, Gustavo Felix, Heloisa Rodrigues, Jo Caravelli, Leonardo Gutemberg, Luana Magalhães, Maria Emília Gomes, Oscar Capucho, Renata Campos Fernandes, Samuel Carvalho/ Contrarregras: Maisa Arroyo e Chaïnèse Le Bouteiller/ Figurino “Olhos Meus”: Cia Ananda / Figurino :Lágrimas da Floresta”: Figurino Sol e Chuva/ Produção: Duna Dias/ Assessoria de imprensa: Luz Comunicação - Jozane Faleiro / Cia Ananda: https://www.facebook.com/anandacompanhia

 

Anamaria Fernandes: dançarina, coreógrafa e professora, obteve sua licenciatura em Dança na Unicamp, seu mestrado na Universidade de Rennes 2 na França no qual defendeu a legitimidade artística da pessoa com “deficiência intelectual severa” e doutorado em Artes Cênicas na Universidade de Rennes 2 e em Educação na Unicamp com o tema “Dança e autismo : espaços de encontr”. Como dançarina, trabalhou com diferentes companhias no Brasil de 1986 a 1993 – dentre os quais Totem, dirigido por Holly Cavrel; Beleléu, grupo com direção coletiva; e Gira Corpus, dirigido por Oswaldo Rosa. Morou na França de 1994 à 2015, onde colaborou com vários artistas da imagem, teatro e música em diferentes projetos, dentre eles Nicolas Lelièvre, Michel Aumont e Renaud Herbin e em diferentes companhias, dentre elas La Mauvaise Tête(s), Croche Pieds e UBI. Em 2005, fundou, ainda na França, a Companhia Dana na qual dirigiu diversas criações. No Brasil, colaborou com a companhia mineira Quik entre os anos 2006 e 2008. Durante 18 anos, desenvolveu na França um trabalho de dança com pessoas em situação de vulnerabilidade, deficiência ou distúrbio mental em diversas instituições. Sobre essa abordagem co-dirigiu quatro documentários, na França e no Brasil. Desde 2006 participa de conferências sobre esse tema em diferentes instituições e países. É professora do Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Minas Gerais, desde 2015. Em 2017, criou a Companhia franco-brasileira Ananda. 

 

SERVIÇO: CIA ANANDA APRESENTA: 

“Olhos Meus” - classificação 16 anos - entrada gratuita sujeita à lotação - 18 pessoas 

 “Lágrimas da Floresta” - classificação a partir de 7 anos - Entrada gratuita sujeita à lotação 40 pessoas 

 

Local: Centro Cultural Salgado Filho - R. Nova Ponte, 22 - Salgado Filho/BH

25/04 – quinta-feira -  19h e 21h - “Olhos Meus” 

26/04 – sexta-feira - 14h - Oficina “Olhando Sem Olhos”

27/04 –  sábado,  11h -  “Lágrimas da Floresta” 

Informações: (31) 3277-9625

Sujeito a lotação 

Local: Centro Cultural Alto Vera Cruz - R. Padre Júlio Maria, 1577 - Vera Cruz/BH

15/05 – quarta-feira, às 20h - Oficina Olhando sem olhos 

17/05 – sexta-feira - às 9h30 - “Lágrimas da Floresta” 

18/05 –  sábado - às 15h e às 17h - “Olhos Meus”

Informações: (31) 3277-5612

 

Centro Cultural Usina De Cultura - R. Dom Cabral, 765 - Ipiranga/BH

14/06 – sexta-feira - às 15h - “Lágrimas da Floresta”

14/06 – sexta –feira - 18h - Oficina “Olhando Sem Olhos”

17/08 – sábado - às 19h e às 21h - “Olhos Meus”

Informações:  (31) 3246-0334

 

Centro Cultural Vila Marçola - R. Mangabeira da Serra, 320/BH 

21/08 – quarta-feira - às 10h - “Lágrimas da Floresta” 

22/08 – quinta-feira - às 16h e às 19h - “Olhos Meus”

23/08 - sexta-feira - às 15h - Oficina “Olhando Sem Olhos” 

Informações: (31) 3277-5250

 

Centro Cultural Bairro Das Indústrias - R. dos Industriários, 289 - Das Indústrias I, BH

20/09 – sexta-feira - às 15h30 - “Lágrimas da Floresta” 

20/09 – sexta-feira - às 18h - Oficina “Olhando sem Olhos”

21/09 –  sábado - às 17h e às 19h30 - “Olhos Meus”

Informações: (31) 3246-0339

 

Informações para a imprensa: 

Luz Comunicação - www.luzcomunicacao.com.br - Jozane Faleiro

31 35676714 - 992046367 - jozane@luzcomunicacao.com.br 

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