Mística e mineiridade marcam o primeiro disco de Beth Leivas
Foto: Luiza Palhares
Com notável trajetória na música mineira, a cantora Beth Leivas lança seu primeiro álbum solo, “Sete”. Show de lançamento será no dia 30 de setembro, no Cine Theatro Brasil Vallourec
Beth Leivas lança seu primeiro disco solo “Sete”, que nasce de uma reaproximação vital da cantora com os rituais das religiões de matriz africana, o que culminou em um primeiro impulso para a criação do álbum. O CD traz releituras de compositores que permeiam o universo sensível e artístico de Beth, como Maurício Tizumba, Sérgio Pererê, Jackson do Pandeiro, Toninho Geraes e Ceumar, entre outros. O show de lançamento acontece no dia 30 de setembro, domingo, às 20h, no Teatro de Câmara do Cine Theatro Brasil Vallourec.
O disco também é fruto do encontro de duas trajetórias artísticas: a de Beth Leivas e a de seu produtor musical, Marcos Cantanhede. Desse choque surge um projeto tão inusitado quanto potente, unindo os ritmos afromineiros, do lado da cantora, e o engenho de Marcos, que aplica sua experiência cinematográfica no tratamento de áudio e nos arranjos imagéticos. O nome do projeto se deve a uma estranha sincronia de setes durante as gravações do disco, repetição que, segundo ela, é bastante comum na história da espiritualidade. Ele vem, portanto, “carregado de axé, com a benção de meu pai de santo e a permissão de meus orixás”, lembra Beth.
Além de assinar a produção musical, Marcos Cantanhede divide os arranjos com Dan Oliveira, também violonista e guitarrista do projeto. O baixo é de Rafael Elói, sopro de Wagner Souza e percussão de Jam da Silva. O show de lançamento ainda agrega nomes como Danuza Menezes e Bruna Bizzotto, nos vocais, e Marcelo Ricardo, na bateria.
Beth Leivas é um nome importante para se compreender a força e a relevância da música feita em Minas. Sua carreira conta mais de vinte anos cantando e tocando em todo o mundo com o expressivo Tambor Mineiro, grupo liderado pelo vanguardista Maurício Tizumba, e também com o Tizumba e Trio, junto às percussionistas Danuza Menezes e Raquel Coutinho. Nesse tempo, se aprofundou em pesquisas no canto e na percussão que a tornaram um importante vetor criativo e propagador da música de raiz mineira, com seus tambores ancestrais, seus ritmos diversos e seu alicerce calcado nas tradições africanas. Nas duas últimas décadas, a artista também se dedica aos grupos Harém da Imaginação e Tempera Viola. O primeiro reúne cantoras, compositoras e instrumentistas mineiras em uma espécie de festa musical feminina. O segundo, um trio formado por ela, Danuza e Marcello Dinis, põe luz a composições mineiras desconhecidas do grande público. Um trabalho especial para a cantora.
FAIXA A FAIXA DE “SETE”, POR BETH LEIVAS
-
“Da Licença” ( Jackson do Pandeiro ) - música inicialmente gravada como um samba...nessa versão fizemos o ¨Serra abaixo¨, um ritmo de tambores tocado no Congado. Sou Rainha perpétua da Guarda de Moçambique do Divino Espírito Santo (bairro Aparecida em BH). Sempre que a Guarda vai entrar na casa ou no terreiro de alguém, é de praxe se pedir licença.
-
“Ponto de Nana” ( Roque Ferreira). Foi a primeira música que senti vontade de gravar. Naná é uma Orixá velha e cheia de sabedoria. Cantar Naná abençoa o trabalho!
-
“Criação” (Maurício Tizumba ). Cantei e canto com Tizumba há mais de 15 anos! Não poderia faltar uma música dele. Além de ser uma saudação a vários Orixás, o ritmo é o ¨Congo Dobrado”, típico do congado.
-
“Aos olhos de Deus” (Marcello Dinis, Helmut Gondim e Soninha Silva) música do meu parceiro de estrada e compositor Marcello Diniz. Com ele tenho um trabalho de Trio ( Tempera viola, com Beth Leivas, Danuza Menezes e Marcelo Dinis) música que cita também orixás.
-
“Prece de pescador” (Roque Ferreira e J. Veloso ). Sou filha de Iansã como Orixá de frente, mas tenho Yemanjá também. Não poderia deixar de cantar pra ela! O ritmo é o Congo. Ritmo do congado que mais gosto.
-
“O que é meu” (Toninho Geraes e Toninho Nascimento). Inicialmente, um samba do super reverenciado e respeitado Toninho Geraes. Agora gravado como um ¨Serra abaixo¨, ritmo congadeiro. A letra dessa música só passa positividade e força. Mensagem necessária nos dias de hoje.
-
Oração do Anjo (Ceumar e Matilda Kovak). O ritmo é um ¨Marcha Grave”. Ritmo congadeiro que tem uma sonoridade sagrada. Iniciei o disco pedindo licença e terminei fazendo uma oração de agradecimento.
SERVIÇO:
Show de lançamento CD “Sete”, de Beth Leivas
Dia/Horário: 30 de setembro, domingo, às 20h
Ingresso: R$ 30,00 inteira / R$15,00 meia
Vendas online: https://www.eventim.com.br ou bilheteria do teatro.
Endereço: Av. Amazonas, 315 – Centro.
Informações: (31) 3201.5211 ou (31) 3243.1964
Informações para a imprensa:
Luz Comunicação
Jozane Faleiro - jozane@luzcomunicacao.com.br / 31 35676714 / 992046367